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campo dei fiori

E só para finalizar, em frente ao Palazzo Spada, do outro lado da rua, tem um grande relógio de sol na fachada do prédio, que é o Palazzo Ossoli. Eu sempre paro para ver se a sombra que o ponteiro faz bate com o que meu relógio de pulso me está dizendo. E não é que funciona?

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giordano bruno

O Campo dei Fiori vale um passeio. É uma praça onde todos os dias é montada uma feira, daquelas feiras iguais às que tem no Brasil. Infelizmente, aqui como no Brasil, a feira está aos poucos sendo tomada pelas banquinhas de cacarecos coreanos. 

 

Mas, olhando em volta, a primeira impressão que temos da praça é a de uma Rocinha melhorada. A diferença é que por trás das fachadas meio arruinadas das casas antigas, que se encarapitam precariamente umas sobre as outras, entrevemos, por uma janela aberta aqui e outra ali, um teto dourado, ou um fragmento de afresco.

 

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No meio da praça ergue-se a estátua de Giordano Bruno, monge dominicano subversivo e moralista que não escapou aos tentáculos da inquisição e teve o fim reservado aos que se metiam a criticar a igreja na Roma do século XVI: a fogueira.

 

E foi bem ali, no Campo dei Fiori, que o Giordano Bruno foi queimado

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osteria della vacca:
os borgias

Pra quem assistiu ao seriado “Os Borgias”, nesta mesma praça encontramos indícios da moral, ou falta dela, daqueles tempos. Repare num prédio baixo, atarracado e gordo, que fica ao lado do forno, como se fosse uma esquina meio recuada da própria praça, na rua que leva à Piazza Farnese.

O lugar conhecido como “Osteria della Vacca”, pertenceu a uma das mais famosas concubinas do papado: Vanozza Catanei, amante de Alexandre VI, o papa Borgia, e mãe da famosa Lucrezia e do terrível Cesare.  

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Olhando o portão original, na verdade o arco de pedra que circunda um portão que tem atualmente dimensões bem menores, notamos um pequeno e quase apagado escudo de pedra. São as armas da Vanozza junto com as do Papa! O próprio nome, della Vacca, já é uma referência pejorativa à situação da dona. As armas da família Borgia, representadas no escudo, são um touro e uma estrela.

 

Que coisa, aquele pequeno escudo dando testemunho de uma relação amorosa ilícita quinhentos anos depois!

piazza farnese

Mas continuando nosso passeio, nos dirigimos à Piazza Farnese, com o Palazzo Farnese, que hoje é a Embaixada da França, dominando o cenário. Dizem que é o mais lindo palácio do tardo renascimento, projeto de Antonio da Sangallo, que foi discípulo do Bramante, o que já não é pouco.  

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O terceiro andar, e o trabalho de estuque no beiral com o relevo de flores de lis, são do Michelangelo. É incrível: até em um detalhe que pode ser considerado quase que irrelevante, como um beiral de uma casa, dá para perceber a força do gênio.

Repare também nas fontes da Piazza Farnese: são um par de imensas banheiras de mármore, que foram esculpidas de uma única peça, e – dizem – vieram das termas de Nero que existiram por perto.

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teatro de pompeu

Enveredando pela rua à esquerda do Palazzo, nos deparamos, à esquerda novamente, com uma rua pequena disposta em semi-círculo, a Via di Grotta Pinta. É o que restou do Teatro de Pompeu, uma construção imensa com pórticos que se estendiam até o Largo Argentino. O semi-círculo era a platéia.

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Pouca gente sabe, mas foi em algum lugar ali nas dependências do Teatro de Pompeu que Júlio César foi assassinado. Então, quando estiver caminhando pela Via di Grottapinta e adjacências, pense que poderá estar pisando no local exato em que Júlio César tombou esfaqueado na conspiração de Senadores que incluiu  seu filho, Brutus.  

Dizem, aliás, que a estátua aos pés da qual caiu César é a estátua imensa do Pompeu que pode ser vista no Palazzo Spada, ali perto. Mas também tem muita gente entendida que diz que não é. 

palazzo spada

Seguindo este pequeno passeio, então, se você voltar para a continuação da Via di Montserrato, que naquele local passa a se chamar Via Capodiferro, repare em um palácio claro, com uma fachada toda enfeitada. É o Palazzo Spada, hoje sede do Conselho do Estado Italiano, mas que também abriga um pequeno museu.

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Além de ser um museu muito simpático, que eu adoro, por ser pequeno e mostrar exatamente como vivia um cardeal no século XVII - e aí a gente meio que dá razão ao pobre do Giordano Bruno lá do Campo dei Fiori -  tem uma perspectiva famosa de um grande arquiteto, o Borromini, uma dessas coisas divertidas de Roma que pouca gente conhece. É uma perspectiva tridimensional que transforma visualmente nove metros de profundidade em vinte e sete. Nela, o piso sobe e o teto desce, e as colunas ficam gradativamente menores.

Lá no fundo, uma estatuazinha, que parece ser de tamanho natural, mas não é.

É pequenininha.

Também no Palazzo Spada está a enorme estátua de Pompeu (meio controversa, até porque é uma cabeça de velho num corpo de jovem ainda por cima pelado) que foi encontrada ali por perto em uma escavação do século XVI.

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